10 de mar. de 2008

Alto custo de um medicamento de câncer

A recente aprovação do órgão regulador do mercado de alimentos e remédios dos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA), do Avastin, um medicamento muito caro que trata casos avançados de câncer de mama, levantou sérias questões para mulheres, seus médicos e para todo o sistema de saúde.
A droga já havia sido aprovada para o tratamento de câncer de cólon e de pulmão, de modo a estender a vida de pacientes em alguns meses. Agora, o FDA concedeu ao Avastin uma “aprovação acelerada” para o uso em casos avançados de câncer de mama, sob fundamentos de um julgamento médico, que revelou que a droga retarda o progresso da doença, mas que não estende de forma significativa a vida dos pacientes.

O estudo mostra que, quando utilizado juntamente com outro remédio de câncer, o Avastin quase dobra a sobrevivência livre de progressão. O medicamento ainda duplica o número de mulheres cujos tumores se contraem se forma significativa.

O Avastin não aumenta a porcentagem de sobrevivência total e causa sérios efeitos colaterais, podendo desencadear talvez meia dúzia de mortes. Isso parece uma modesta base dos estudos médicos para a aprovação do complemento pendente. Há ainda dúvidas se a segurar com dificuldades o progresso do tumor em mais de cinco meses e meio poderia agravar ainda mais os efeitos colaterais tóxicos.

O medicamento já foi prescrito para cerca de 11 mil mulheres norte-americanas com câncer de mama em estado avançado. No entanto, a última aprovação deve aumentar o uso do Avastin entre 43 mil mulheres candidatas ao tratamento. Os custos podem ser gigantescos. A Genentech cobra anualmente cerca de US$ 92 mil de pacientes com câncer de mama. Para mulheres com uma renda familiar anual abaixo de US$ 100 mil, os custos chegam a US$ 55 mil por ano.

A companhia argumenta que o Avastin surgiu após muitos anos de pesquisas muito caras. Ela ainda não reivindica que o medicamento é um custo benefício para o tratamento do câncer em estado avançado, mas acredita que claramente será vantajoso se mostrar eficácia nos estágios iniciais da doença.

O Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra negou o pagamento do Avastin para pacientes com câncer de mama. Se este país deseja de fato manter os custos de serviços de saúde sob controle, deve estabelecer um caminho que determine quais os tratamentos mais caros e mais baratos oferecidos. O caso Avastin é apenas um alerta de como isso pode ser difícil.

The New York Times

2 comentários:

Osc@r Luiz disse...

Alô Kleber!
Sou biólogo e atuo na saúde também.
Obrigado pela visita.
Talvez você goste de conhecer também um outro blog que eu assino junto com outros dois biólogos: o "Gente Sem Saúde".
Seja sempre bem vindo aos meus mundos. Meu perfil no YouTube é "oscarbiologo" e lá estão alguns videos que eu fiz, e alguns deles se relacionam com a saúde. Fique à vontade em conhecer e usar se achar que algum vale a pena.
Um abraço!

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom